Empoderamento Feminino nem de longe me foi apresentado durante a infância, e quero dizer que me considero uma mulher jovem, faço parte da geração dos millennials. Fui descobrir muitos anos depois dos meus vinte e poucos o que era empoderamento, e os motivos pelos quais eu deveria aprender mais sobre isso, principalmente para o feminino.
Fui criada em uma "família tradicional" bastante religiosa no interior de São Paulo, em uma filosofia que a mulher tem pouco espaço e muitas regras para seguir, o que contribuiu para que eu recebesse uma educação patriarcal, meu pai era o provedor e decisor, minha mãe a cuidadora dos três filhos e da nossa casa, me lembro até hoje dos momentos na infância que queria algo que precisava ser comprado, minha mãe dizia: precisamos pedir ao seu pai.
Foi de mansinho que notei que aquela realidade não se encaixava para o que eu queria, muito menos para o que acreditava.
Quando sai para o mercado de trabalho, isso foi aos 18 anos, no meu primeiro trabalho formal, comecei a perceber que haviam poucas mulheres em cargos de liderança, me parecia que nas equipes para "fazer o trabalho" existiam mais de nós do que nos locais para "criar e definir o que deveria ser feito".
Minha consciência foi despertando aos poucos, para as minhas oportunidades como mulher, para o quanto o empoderamento feminino é necessário para todos nós.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, não aprendi empoderamento feminino em um curso, o meu primeiro contato e experiência foi na prática, só depois fui me educar dentro deste contexto para ajudar outras mulheres.
Foi como se uma venda caísse dos meus olhos e a partir dali eu pudesse entender que o Empoderamento Feminino é necessário, não só porque é justo, traz desenvolvimento econômico e autonomia pessoal para nós mulheres, mas porque é uma questão de sobrevivência, mesmo em 2021.
Nos últimos 18 meses com a pandemia vi inúmeras mulheres enfrentar jornadas duplas e até triplas para conseguir dar conta de suas atividades, sem rede de apoio, sem creche e sem escolas.
Vi outras terem que pedir ajuda financeira para dar de comer aos seus filhos como mãe solo e sem poder sair para trabalhar ou buscar uma renda pois não tem onde ou com quem deixar suas crianças.
Essa carga é desumana, essas experiências são os principais motivos para que seja estimado o retrocesso do avanço das mulheres no mercado de trabalho em 10 anos, de acordo com uma pesquisa publicada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento com o impacto da pandemia nos últimos meses.
Então quando me perguntam se o Empoderamento Feminino é um assunto para mulheres, digo que não.
É um assunto para a humanidade, porque está relacionado ao mundo que criamos e vivemos.
Espero que ao chegar aqui você já tenha acolhido o Empoderamento Feminino como um exercício de humanidade e lucidez, mas para concluir vou te deixar três coisas que talvez você ainda não saiba sobre o Empoderamento Feminino:
Ele cria condições para transformar realidades para o bem, desenvolve negócios lucrativos e ainda torna as pessoas mais colaborativas e seguras.
Dariane Gatto, sócia fundadora da Instituto Kaz, Kaz Coworking e criadora do Mulheres que Lideram. Atua como Estrategista de Negócios & Mentora para Líderes e Empresários, especialista em gerenciamento de projetos, gestão de mudanças, gestão pública municipal e pós-graduanda em marketing e negócios digitais, master coach, certificada DISC, QEMP, ALPHA, HCMBOK e PMP, com mais de 1000 líderes impactados por seus programas e mais de 100 empresas atendidas para desenvolvimento de seus negócios, sócios e lideranças.
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